4.9.08
instalada
O que eu consegui ver de Madrid é feio e está em obras. A Internet tinha-me dito que a linha de metro que ia da estação de Chamartín ao centro estava em obras. E portanto os meus planos eram: apanhar o metro para perto do centro e ir depois a pé até ao museu Reina Sofía e entretanto passar por ruas bonitas. Mas não, essa linha também estava em obras e portanto não havia forma directa de ir de metro para ao centro. Fui entrar em pânico para uma paragem de autocarro onde estava o mapa mais confuso que eu já vi. Decidi ir a pé, mas já tinham passado duas horas e eu a meio do caminho. Por isso voltei para trás. Era fácil encontrar o caminho de volta, as duas torres feias do futuro perto da estação viam-se de todo o lado (aqui vai uma foto de um bocado de torre a mostrar Madrid como eu vi - atenção às gruas, máquinas, terra, etc).
Depois de ter cheirado sempre comidas más e caras ao longo do caminho, vi o Burger King e desejei o seu colesterol. A pessoa que estava a ser servida atrás de mim fez um escândalo porque as suas batatas vinham entornadas no tabuleiro, fora do respectivo saquinho, valha-nos deus. Eu fugi com a minha comida mal pude porque não conheço a gravidade de uma discussão espanhola sobre batatas fritas entornadas. Reparei entretanto que não tinha palhinha. Não sabia como se dizia em espanhol e então fui com o copo. Vamos lá ver, da forma como eu apontei para o copo, podia ter dito “shihndo” que todo o humano percebia que eu queria uma palha. Mas não, não entendeu. Finalmente descobri as palhas e peguei numa e ela disse “ah, pahitas”, com uma cara de mineiro soterrado. O hambúrguer era indescritivelmente mau e não sei se as batatas sabiam a Sonasol.
Que mais dizer de Madrid? As meninas andam praticamente ao léu e os namorados apalpam-nas de forma muito sexual. E as pessoas que pedem nos semáforos são malabaristas.
De Madrid para Paris fui num comboio-hotel, no mesmo compartimento que uma francesa que falava francês e inglês, uma francesa que falava francês e espanhol e de uma espanhola que falava espanhol e algum francês. E como eu falo inglês e do resto só sei o que é parecido com português, tivemos uma bonita conversa. As duas francesas estavam a voltar de comboio para Paris porque ficaram com medo de andar de avião depois do acidente em Barahas. Então senti-me em família.
Uma carteirista de meia-tijela tentou tirar-me coisas da mochila no metro de Paris e nada mais entusiasmante aconteceu porque tinha 10 seixos gigantes em forma de mochila às minhas costas e portanto não saí de perto da estação.
O comboio para Frankfurt é a coisa mais confortável e silenciosa do mundo e os empregados falam logo 10 línguas contigo e com um sorriso de publicidade a branqueadores de dentes, mesmo sendo um deles gordo. A casa-de-banho não tem uma sanita que cospe água amarela, como os outros, e tem uma porta de vidro que não estava bem fechada e onde se podia ver coisas que pareciam importantes, tipo botões para parar o comboio e assim:
À medida que invadia a Alemanha, começou tudo a ficar bonito. Casinhas bonitas alemãs como as das fotografias. Parei em Frankfurt para mudar de comboio para Leipzig, finalmente. A menina que estava ao meu lado no comboio comia pimentos e pepinos estaladiços como quem come biscoitos. E a senhora do comboio distribuía água em copinhos.
Cheguei a Leipzig de noite por isso não vi quase nada, fui logo para casa, logo depois de descobrir que o meu mapa estava ao contrário. Ontem levantei-me e descobri que tinha um saxofonista no prédio. Então fui passear e descobri que a cidade é linda de morrer. Os cães são magrinhos porque os donos os passeiam de bicicleta. Andam todos de bicicleta inclusive a menina sexy de mini-saia e a executiva de salto alto e meia de vidro. As pessoas não são gordas, é mito. Fazem compras sem saco, muitas põe os produtos nas cestinhas da bicicleta e vão contentes para casa, estão todas muito contentes, embora chova e haja trovões. Há senhoras de 50 anos com saia e casaco convencionais e cabelo às manchas rosa e preto e outras coisas assim. Há muitas livrarias e lojas de CDs e até farmácias que têm produtos cá fora tipo frutaria. A minha faculdade cheira a arte. As casas são todas bonitas. E eu tenho isto na minha rua:
Hoje fui à estação de comboios e fiquei feliz por conseguir dizer uma frase complicada em alemão, mas perdi logo a felicidade porque a senhora me respondeu uma frase complicada também. Hoje o Reik, que mora na minha casa, estava a ver os Simpsons dobrados em alemão e então eu deprimi porque comecei a prever as minhas não-idas ao cinema. E hoje comi a minha primeira verdadeira bratwurst.
Amanhã vou a Berlim brincar.
Álvaro e Rita, faz favor como é Barcelona?
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
2 comments:
ora. quando fui a madrid as coisas nao estavam em obras, e era bonito. mas o metro era cansativo e chato e comprido. depois foi tudo bom porque estava no festival bonito no meio de um pinhal, com pessoas do roque. da cidade nao pude ver mais.
ainda bem que a alemanha e' bonita :) quando estive (em halle) tambem achei bonito. e pessoas com madeixas no cabelo, sim. acho que quero ir ai visitar-te, ai acho acho. numa cidade tao grande deve haver algum cinema nao dobrado! o concerto correu bem :D a outra banda rockava bastante, e pediram-me pra improvisar com eles. depois embebedamo-nos todos (ao domingo) e vimos um jesus cristo esculpido em pedra, em tamanho real, no jardim de uma pssoa. da good times. beijooos ou küss, chilipa
virás sim :D já descobri um cinema não dobrado, yay. duvidando, porém, da qualidade dos filmes que lá estão, mas é ir experimentar. e não é assim tão grande a cidade, pelo menos a parte a que realmente se vai.
o próximo alice comigo no portugal eu vou ver, ai vou. e jesuses cristos e tudo o que estiver incluido.
Post a Comment