30.9.08
intempéries
por causa disso tudo está cinzento.
(ó eu a fazer rimas)
29.9.08
liverpool
28.9.08
27.9.08
24 stunden ausstellung
E dentro de uma das casas, existia um coelho satânico:
E outras coisas que perturbam assim:
E numa das casas tinha uma loja cujos items eram claramente de feira da ladra, com móveis a custar 5 euros e assim (sim, comprei coisas bonitas). E lá dentro estava uma pessoa a tocar guitarra e a cantar canções alemãs e russas, e era giro.
E pronto, foi assim.
25.9.08
e portanto e assim que a vida e
nascenca, aqui na glaterra, rima apenas com penca, nao tem a ver com a situacao de vir ao mundo.
24.9.08
o outono é bonito
Isto é um cemitério que se chama Der Alte Johannisfriedhof e que fica no Grassi Museum. Este museu tem três exposições: Artes Aplicadas, Etnografia e Instrumentos musicais. Hoje fui à de Artes Aplicadas e é bonito para se aprender a história disto. Tinha uma sala apenas para copos e barris e cantis e, na sua maioria, eram para cerveja e para alemães (porque eles diziam que a água era poluída por isso o melhor era começar o dia com cerveja - e assim se manteve até hoje). E tinha também uma sala só para naperons. Na próxima semana quero ir à de Instrumentos Musicais porque um deles é assim:
23.9.08
alojada
21.9.08
cinco coisas:
domingo à tarde
20.9.08
manchester art gallery
18.9.08
esta semana iniciou-se oficialmente a época Porra de Frio.
Hoje foi o meu primeiro concerto aqui. E fiquei feliz quando descobri que os hardcores aqui têm humor. Por exemplo, pararam de fazer as duas danças do hardcore para se sentarem em filinha e fingirem que estavam a remar.
As igrejas em Leipzig são bem esquizofrénicas: por fora têm um aspecto de mau de quem vai comer pessoas e depois lá dentro têm motivos florais rosa e verde clarinhos.
Fui também ver o mar. Chama-se Cospudener See e nada nele é natural, tal como a areia, que foi lá posta por pessoas. O caminho para lá é um parque bonito que tem um sítio com porcos a chafurdar na lama e outros que tal. As pessoas levam bolotas para dar de comer aos animais e depois há o seguinte fenómeno bonito: cães como se fossem pessoas, a observarem os animais dentro das jaulas.
E estas fotos são na minha casa, o Human Empire. E o pequeno-almoço foi preparado por alemães simpáticos para mim, olhem só.
17.9.08
depois de finalmente compreender como se chegava cá e qual era a minha casa assentei arraiais no quarto mais pequeno do sempre dentro da casa mais ao alto da zona. ou seja, quartos mínimos e casas de banho pouco mais pequenas no primeiro andar, e no segundo, e no terceiro onde há também a cozinha e uma salinha (o que quer dizer que é preciso subir muitas escadas para falar com pessoas ou para comer: não se fala lá porque cansa e tem-se chocolate no quarto). mas até que é tudo fofo, bem british e bem velho.
tenho vista para uma pequena relva e, depois de algumas árvores, há um pedaço de rio.
manchester tem partes antigas misturadas com partes novas. também tem igrejas recortadas e tem estátuas e fontes no meio de praças com banquinhos de jardim onde as pessoas passam a hora do almoço. aqui as pessoas almoçam sandes. manchester é fiche, ao contrário de salford, que é feio e desinteressante: tem prédios chatos e tem mil edifícios, ou partes deles, abandonodas e com vandalismos por cima.
mas manchester é que é fiche porque manchester também tem azulejos em formatos estranhos. tem uma china so dela, plantada la no meio, pequenina mas com museu e arco gigantesco e jardim chinês e tudo.
e os ingleses são muito avançados, porque manchester também tem cabines não só para telefonar mas para mandar emails junto.
15.9.08
é amanhã
as peúgas da isa por pouco nao lhe cabem na mala. é uma mala grande. mas ninguém aqui vai só de férias, amanhã leva-se a vida inteirinha para outro lado.
ela vai daqui para liverpool, de avião (transporte inédito por estas bandas). depois arranja um rodoviário qualquer que a leve para manchester e a seguir outro que a entregue direitinha, mais mala e mochila, na residência de Castle Irwell.
estará, segundo diz a previsão do seu signo, perfeitamente instalada às 5p.m.
hora do chá.
6.9.08
Não filmei porque estava ocupada a ver.
Mas foi bastante surreal.
E foi também hoje que tive o meu primeiro pequeno-almoço com alemães, mas eu juro que não consigo comer assim tomates com ovo cozido e oregãos de manhã.
4.9.08
instalada
O que eu consegui ver de Madrid é feio e está em obras. A Internet tinha-me dito que a linha de metro que ia da estação de Chamartín ao centro estava em obras. E portanto os meus planos eram: apanhar o metro para perto do centro e ir depois a pé até ao museu Reina Sofía e entretanto passar por ruas bonitas. Mas não, essa linha também estava em obras e portanto não havia forma directa de ir de metro para ao centro. Fui entrar em pânico para uma paragem de autocarro onde estava o mapa mais confuso que eu já vi. Decidi ir a pé, mas já tinham passado duas horas e eu a meio do caminho. Por isso voltei para trás. Era fácil encontrar o caminho de volta, as duas torres feias do futuro perto da estação viam-se de todo o lado (aqui vai uma foto de um bocado de torre a mostrar Madrid como eu vi - atenção às gruas, máquinas, terra, etc).
Depois de ter cheirado sempre comidas más e caras ao longo do caminho, vi o Burger King e desejei o seu colesterol. A pessoa que estava a ser servida atrás de mim fez um escândalo porque as suas batatas vinham entornadas no tabuleiro, fora do respectivo saquinho, valha-nos deus. Eu fugi com a minha comida mal pude porque não conheço a gravidade de uma discussão espanhola sobre batatas fritas entornadas. Reparei entretanto que não tinha palhinha. Não sabia como se dizia em espanhol e então fui com o copo. Vamos lá ver, da forma como eu apontei para o copo, podia ter dito “shihndo” que todo o humano percebia que eu queria uma palha. Mas não, não entendeu. Finalmente descobri as palhas e peguei numa e ela disse “ah, pahitas”, com uma cara de mineiro soterrado. O hambúrguer era indescritivelmente mau e não sei se as batatas sabiam a Sonasol.
Que mais dizer de Madrid? As meninas andam praticamente ao léu e os namorados apalpam-nas de forma muito sexual. E as pessoas que pedem nos semáforos são malabaristas.
De Madrid para Paris fui num comboio-hotel, no mesmo compartimento que uma francesa que falava francês e inglês, uma francesa que falava francês e espanhol e de uma espanhola que falava espanhol e algum francês. E como eu falo inglês e do resto só sei o que é parecido com português, tivemos uma bonita conversa. As duas francesas estavam a voltar de comboio para Paris porque ficaram com medo de andar de avião depois do acidente em Barahas. Então senti-me em família.
Uma carteirista de meia-tijela tentou tirar-me coisas da mochila no metro de Paris e nada mais entusiasmante aconteceu porque tinha 10 seixos gigantes em forma de mochila às minhas costas e portanto não saí de perto da estação.
O comboio para Frankfurt é a coisa mais confortável e silenciosa do mundo e os empregados falam logo 10 línguas contigo e com um sorriso de publicidade a branqueadores de dentes, mesmo sendo um deles gordo. A casa-de-banho não tem uma sanita que cospe água amarela, como os outros, e tem uma porta de vidro que não estava bem fechada e onde se podia ver coisas que pareciam importantes, tipo botões para parar o comboio e assim:
À medida que invadia a Alemanha, começou tudo a ficar bonito. Casinhas bonitas alemãs como as das fotografias. Parei em Frankfurt para mudar de comboio para Leipzig, finalmente. A menina que estava ao meu lado no comboio comia pimentos e pepinos estaladiços como quem come biscoitos. E a senhora do comboio distribuía água em copinhos.
Cheguei a Leipzig de noite por isso não vi quase nada, fui logo para casa, logo depois de descobrir que o meu mapa estava ao contrário. Ontem levantei-me e descobri que tinha um saxofonista no prédio. Então fui passear e descobri que a cidade é linda de morrer. Os cães são magrinhos porque os donos os passeiam de bicicleta. Andam todos de bicicleta inclusive a menina sexy de mini-saia e a executiva de salto alto e meia de vidro. As pessoas não são gordas, é mito. Fazem compras sem saco, muitas põe os produtos nas cestinhas da bicicleta e vão contentes para casa, estão todas muito contentes, embora chova e haja trovões. Há senhoras de 50 anos com saia e casaco convencionais e cabelo às manchas rosa e preto e outras coisas assim. Há muitas livrarias e lojas de CDs e até farmácias que têm produtos cá fora tipo frutaria. A minha faculdade cheira a arte. As casas são todas bonitas. E eu tenho isto na minha rua:
Hoje fui à estação de comboios e fiquei feliz por conseguir dizer uma frase complicada em alemão, mas perdi logo a felicidade porque a senhora me respondeu uma frase complicada também. Hoje o Reik, que mora na minha casa, estava a ver os Simpsons dobrados em alemão e então eu deprimi porque comecei a prever as minhas não-idas ao cinema. E hoje comi a minha primeira verdadeira bratwurst.
Amanhã vou a Berlim brincar.
Álvaro e Rita, faz favor como é Barcelona?