30.9.08

intempéries

está frio está chuva e está vento.
por causa disso tudo está cinzento.


(ó eu a fazer rimas)

29.9.08

liverpool

fui a liverpool com trinta pessoas.
uma dessas trinta disse ao bando: olhai, vamos ali ver aquele festival folk. ao que o bando aderiu porque o bando acha que festival é sempre fiche porque alem do mais tem cerveja.



descobri horas depois me levaram sem saber e por uma pechincha a um jardim lindo cheio de musica e gente do bem.



nesse sítio que é uma delicia, Bluecoat's Museum, bebi o primeiro muito bom expresso em duas semanas (finalmente). e de lá tambem trouxe coisas da felicidade.
liverpool tambem tem um rio lindo e um museu dos the beatles e sete mil john lennons e companhia plantados pela cidade.

fui ao zoo



e tem animais lá.

28.9.08

verona




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27.9.08

24 stunden ausstellung

Hoje foram as 24 horas de exposição da GalerieRieRiemann e eu estou maravilhada. Portanto, aquilo é numa zona abandonada que inclui duas casas e alguns pátios e hortas. Tudo velhinho e a cair e cheio de ervas com lixos, só que alguns lixos são bonitos e está-se sempre a tropeçar em artes. Por exemplo, este carrinho, que estava num dos pátios, é um Gästezimmer, portanto um quarto de hóspedes:



E dentro de uma das casas, existia um coelho satânico:



E outras coisas que perturbam assim:



E numa das casas tinha uma loja cujos items eram claramente de feira da ladra, com móveis a custar 5 euros e assim (sim, comprei coisas bonitas). E lá dentro estava uma pessoa a tocar guitarra e a cantar canções alemãs e russas, e era giro.

E pronto, foi assim.



25.9.08

e portanto e assim que a vida e

nao sou analfabeta. passa-se que os ingleses tem a mania que devem ter teclados alternativos como as estradas e uma serie de outras coisas. vai dai que nao ca poem teclas que incluam acentos de qualquer tipo, nem cedilhas nem ces com a respectiva, nem chapeuzinhos nem nenhum dos fantasticos ornamentos que a que a lingua portuguesa tem o prazer de dar uso.

nascenca, aqui na glaterra, rima apenas com penca, nao tem a ver com a situacao de vir ao mundo.

24.9.08

o outono é bonito

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Isto é um cemitério que se chama Der Alte Johannisfriedhof e que fica no Grassi Museum. Este museu tem três exposições: Artes Aplicadas, Etnografia e Instrumentos musicais. Hoje fui à de Artes Aplicadas e é bonito para se aprender a história disto. Tinha uma sala apenas para copos e barris e cantis e, na sua maioria, eram para cerveja e para alemães (porque eles diziam que a água era poluída por isso o melhor era começar o dia com cerveja - e assim se manteve até hoje).  E tinha também uma sala só para naperons. Na próxima semana quero ir à de Instrumentos Musicais porque um deles é assim:

23.9.08

alojada

residêncial (que ficava numa cave) - hostel (longe e badalhoco )- sofá (de homem desconhecido) - cama (numa casa que ate parece ser uma casa).

sem fotografias, ainda não abri os olhos para a cidade.
amanha : Verona


21.9.08

cinco coisas:

as bolas de berlim a sério têm morango dentro, os alemães levam cerveja para dentro do cinema, os alemães descalçam-se quando chegam a casa (seja que casa for), os alemães não conseguem deitar comida fora e os alemães fumam todos.

domingo à tarde

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aqui os autocarros tambem cheiram mal.
mas eu agora estou contente porque fui com o pássaro ao cinema.

20.9.08

manchester art gallery

tive muito tempo para ver por mim tres coisas lindas.


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malas velhas, gaiolas de madeira e mochilas de couro amontoadas e prontas para a viagem. as pessoas amarravam lá etiquetas com o sítio onde preferiam estar.

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desenhos e cenário da lauren child. pessoa dona do charlie & lola. lola essa que tem as melhores opiniões do mundo, porque só come puré se aquilo for bocados de núvem e porque mesmo às 13h da noite ela ainda não tem sono para ir para a cama.

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como que um cubismo tridimensional. a gwon osang sabe fazer as pessoas parar por muito tempo, a ver. lá havia meninos colegiais a desenhar. e essa senhora caída incomoda.

18.9.08

esta semana iniciou-se oficialmente a época Porra de Frio.





Hoje foi o meu primeiro concerto aqui. E fiquei feliz quando descobri que os hardcores aqui têm humor. Por exemplo, pararam de fazer as duas danças do hardcore para se sentarem em filinha e fingirem que estavam a remar.




As igrejas em Leipzig são bem esquizofrénicas: por fora têm um aspecto de mau de quem vai comer pessoas e depois lá dentro têm motivos florais rosa e verde clarinhos.




Fui também ver o mar.  Chama-se Cospudener See e nada nele é natural, tal como a areia, que foi lá posta por pessoas. O caminho para lá é um parque bonito que tem um sítio com porcos a chafurdar na lama e outros que tal. As pessoas levam bolotas para dar de comer aos animais e depois há o seguinte fenómeno bonito: cães como se fossem pessoas, a observarem os animais dentro das jaulas.




E estas fotos são na minha casa, o Human Empire. E o pequeno-almoço foi preparado por alemães simpáticos para mim, olhem só.

17.9.08

Henry Vacuum Cleaner


depois de finalmente compreender como se chegava cá e qual era a minha casa assentei arraiais no quarto mais pequeno do sempre dentro da casa mais ao alto da zona. ou seja, quartos mínimos e casas de banho pouco mais pequenas no primeiro andar, e no segundo, e no terceiro onde há também a cozinha e uma salinha (o que quer dizer que é preciso subir muitas escadas para falar com pessoas ou para comer: não se fala lá porque cansa e tem-se chocolate no quarto). mas até que é tudo fofo, bem british e bem velho.
tenho vista para uma pequena relva e, depois de algumas árvores, há um pedaço de rio.




manchester tem partes antigas misturadas com partes novas. também tem igrejas recortadas e tem estátuas e fontes no meio de praças com banquinhos de jardim onde as pessoas passam a hora do almoço. aqui as pessoas almoçam sandes. manchester é fiche, ao contrário de salford, que é feio e desinteressante: tem prédios chatos e tem mil edifícios, ou partes deles, abandonodas e com vandalismos por cima.


mas manchester é que é fiche porque manchester também tem azulejos em formatos estranhos. tem uma china so dela, plantada la no meio, pequenina mas com museu e arco gigantesco e jardim chinês e tudo.
e os ingleses são muito avançados, porque manchester também tem cabines não só para telefonar mas para mandar emails junto.

15.9.08

é amanhã

as peúgas da isa por pouco nao lhe cabem na mala. é uma mala grande. mas ninguém aqui vai só de férias, amanhã leva-se a vida inteirinha para outro lado.

ela vai daqui para liverpool, de avião (transporte inédito por estas bandas). depois arranja um rodoviário qualquer que a leve para manchester e a seguir outro que a entregue direitinha, mais mala e mochila, na residência de Castle Irwell.

estará, segundo diz a previsão do seu signo, perfeitamente instalada às 5p.m.

hora do chá.

6.9.08

Hoje, em frente ao edifício do Leipziger Volkzeitung (o jornal da cidade), estavam 8 pessoas à chuva, vestidas à medieval, a lutar com espadas de plástico.
Não filmei porque estava ocupada a ver.
Mas foi bastante surreal.

E foi também hoje que tive o meu primeiro pequeno-almoço com alemães, mas eu juro que não consigo comer assim tomates com ovo cozido e oregãos de manhã.

4.9.08

instalada


O que eu consegui ver de Madrid é feio e está em obras. A Internet tinha-me dito que a linha de metro que ia da estação de Chamartín ao centro estava em obras. E portanto os meus planos eram: apanhar o metro para perto do centro e ir depois a pé até ao museu Reina Sofía e entretanto passar por ruas bonitas. Mas não, essa linha também estava em obras e portanto não havia forma directa de ir de metro para ao centro. Fui entrar em pânico para uma paragem de autocarro onde estava o mapa mais confuso que eu já vi. Decidi ir a pé, mas já tinham passado duas horas e eu a meio do caminho. Por isso voltei para trás. Era fácil encontrar o caminho de volta, as duas torres feias do futuro perto da estação viam-se de todo o lado (aqui vai uma foto de um bocado de torre a mostrar Madrid como eu vi - atenção às gruas, máquinas, terra, etc).

 

Depois de ter cheirado sempre comidas más e caras ao longo do caminho, vi o Burger King e desejei o seu colesterol. A pessoa que estava a ser servida atrás de mim fez um escândalo porque as suas batatas vinham entornadas no tabuleiro, fora do respectivo saquinho, valha-nos deus. Eu fugi com a minha comida mal pude porque não conheço a gravidade de uma discussão espanhola sobre batatas fritas entornadas. Reparei entretanto que não tinha palhinha. Não sabia como se dizia em espanhol e então fui com o copo. Vamos lá ver, da forma como eu apontei para o copo, podia ter dito “shihndo” que todo o humano percebia que eu queria uma palha. Mas não, não entendeu. Finalmente descobri as palhas e peguei numa e ela disse “ah, pahitas”, com uma cara de mineiro soterrado. O hambúrguer era indescritivelmente mau e não sei se as batatas sabiam a Sonasol.
Que mais dizer de Madrid? As meninas andam praticamente ao léu e os namorados apalpam-nas de forma muito sexual. E as pessoas que pedem nos semáforos são malabaristas.

De Madrid para Paris fui num comboio-hotel, no mesmo compartimento que uma francesa que falava francês e inglês, uma francesa que falava francês e espanhol e de uma espanhola que falava espanhol e algum francês. E como eu falo inglês e do resto só sei o que é parecido com português, tivemos uma bonita conversa. As duas francesas estavam a voltar de comboio para Paris porque ficaram com medo de andar de avião depois do acidente em Barahas. Então senti-me em família.

Uma carteirista de meia-tijela tentou tirar-me coisas da mochila no metro de Paris e nada mais entusiasmante aconteceu porque tinha 10 seixos gigantes em forma de mochila às minhas costas e portanto não saí de perto da estação.

O comboio para Frankfurt é a coisa mais confortável e silenciosa do mundo e os empregados falam logo 10 línguas contigo e com um sorriso de publicidade a branqueadores de dentes, mesmo sendo um deles gordo. A casa-de-banho não tem uma sanita que cospe água amarela, como os outros, e tem uma porta de vidro que não estava bem fechada e onde se podia ver coisas que pareciam importantes, tipo botões para parar o comboio e assim:

 

À medida que invadia a Alemanha, começou tudo a ficar bonito. Casinhas bonitas alemãs como as das fotografias. Parei em Frankfurt para mudar de comboio para Leipzig, finalmente. A menina que estava ao meu lado no comboio comia pimentos e pepinos estaladiços como quem come biscoitos. E a senhora do comboio distribuía água em copinhos.

Cheguei a Leipzig de noite por isso não vi quase nada, fui logo para casa, logo depois de descobrir que o meu mapa estava ao contrário. Ontem levantei-me e descobri que tinha um saxofonista no prédio. Então fui passear e descobri que a cidade é linda de morrer. Os cães são magrinhos porque os donos os passeiam de bicicleta. Andam todos de bicicleta inclusive a menina sexy de mini-saia e a executiva de salto alto e meia de vidro. As pessoas não são gordas, é mito. Fazem compras sem saco, muitas põe os produtos nas cestinhas da bicicleta e vão contentes para casa, estão todas muito contentes, embora chova e haja trovões. Há senhoras de 50 anos com saia e casaco convencionais e cabelo às manchas rosa e preto e outras coisas assim. Há muitas livrarias e lojas de CDs e até farmácias que têm produtos cá fora tipo frutaria. A minha faculdade cheira a arte. As casas são todas bonitas. E eu tenho isto na minha rua:



Hoje fui à estação de comboios e fiquei feliz por conseguir dizer uma frase complicada em alemão, mas perdi logo a felicidade porque a senhora me respondeu uma frase complicada também. Hoje o Reik, que mora na minha casa, estava a ver os Simpsons dobrados em alemão e então eu deprimi porque comecei a prever as minhas não-idas ao cinema. E hoje comi a minha primeira verdadeira bratwurst.

Amanhã vou a Berlim brincar.

Álvaro e Rita, faz favor como é Barcelona?